sábado, outubro 25, 2003

Aviso tranquilizador

"Devo passar pelo mesmo caminho" (Eu)


Não vou postar por uns tempos. Até amanhã, talvez...
Vou passar pela mesma estrada que ele,
talvez ver latas amarfanhadas do carro dele.
Mas vou acordado desse meu sonho,
lembrando que a vida não é o contrário da morte,
nem a morte pode mudar destinos, nossa sorte.

Reze por quem você ama!

E a vida, o que serà???!!!

"Careca, Antônio faleceu essa madrugada" (Meu outro amigo...)

Sempre me deparo com
essa situação que ocorre:
quem sai da vida assim,
de repente, numa
madrugada, um sábado,
em acidente, falece ou morre?

Ele foi meu professor de práticas. Sentamos frente a frente por dois anos, éramos tão amigos que perguntavam se éramos irmãos, confundindo o tom ruivo-acaju dos cabelos dele, com marcadas entradas, e o meu, ruivo-cenoura. Um era fruta e outro vegetava...
Quase fomos sócios, ele me pediu apenas o tempo para arrumar o novo negócio e me levar, juntamente com o amigo que me acordou às 7:30h para dizer: - nosso amigão, faleceu.
Aliás, falecer faleceria esse outro amigo, se não tivesse cuidado a tempo daquela hipoglicemia, e não tivesse a disciplina de passar a se alimentar saudavelmente, nadar todos os dias na piscina cheia de pentelhos de tantos sexos, aprender a jogar tênis já há três anos, deve dar um show no Guga quando parar de aprender...
Falecer faleceria eu, se meu coração não esperasse a minha impaciência naquela manhã de terça feira de março de 1996, quando sai do escritório, às 9:00h da manhã, para saber que estava tendo um infarto bravo na "descendente anterior (DA)" artéria miocárdica. Ele foi um dos que foi me visitar e doar sangue, sangue dele que, infelizmente, não tenho agora nas veias, já que não fizeram transfusão comigo. Se tivesse esse sangue recebido, agora sentiria seu calor nesse inverno fora de época em meu coração.
Falecer foi a esposa dele, que em poucos meses adoeceu e veio a falecer, 3 filhos deixando, com ele, rapaz ainda novo e tanto sofrimento...
Mas a "vida",
aquela coisa que os outros vivem,
enquanto nós padecemos,
continuava...
Se eu vegetei uns tempos na vida,
foi esperando ser chamado para ir
com eles, os dois amigos e professores que me levariam.
Acabamos virando os três concorrentes
no mesmo ramo de negócios,
mas eu dizia que éramos
uma grande empresa
dividida em 3,
dado o respeito que
tínhamos pelos negócios uns dos outros...
Bom, concorrência é concorrência,
e tivemos alguns entreveros,
nós três, entre nós,
mas nada que tenha
durado mais que alguns
minutos de raiva e decepção.
Nada de ruim ficava.
Ele empregava com ele
todo mundo que perdia
emprego, no ramo.
Nunca entendi como que
ele conseguia ter tantos
"sócios" e não ser uma sociedade anônima.
Ele estava sempre à frente,
correndo, correndo, correndo...
Ele devia estar correndo
na estrada, chuva, curvas, sono.
Se ele morreu dormindo ao volante,
hoje eu acordei mais falecido que no tempo que
co-habitávamos o mundo,
essa sociedade nossa, família, amigos, amores...
Mas se dessa dor calada e contida,
puder algo de bom brotar,
meu amigo, meu irmão,
lhe peço um grande favor:
para onde você for,
dá um abraço na esposa
querida que era a sua,
nos meus parentes, nos seus...
enfim, dá um abraço afetuoso
em toda essa gente boa e querida
que está ai do seu lado.
E pergunte a São Pedro,
ou a Deus,
porquê é que a morte nos separa?

Mande flores para alguém que você ama...

sexta-feira, outubro 24, 2003

Dois toques

"Toc, toc!" (O friiiiiiiiiio)

Dois toques orgulhosos:
1° Toque: Daniela Cicarelli foi eleita a pessoa mais sexy do mundo, pelo leitores da Vip (Very Important People?!), do Brasil mesmo.
Mas outro dia achei vários sites sobre ela em várias partes do mundo - tava pesquisando outras coisas, cai num site com um link para outro - e dai deu-se de encher os olhos com aquela beleza de menina. Será que ela tá solteira? Será que dá prá mim? Isso é, se dá prá mim pensar nisso, né?! Não, nem pensar. Pensa bem o trabalho que daria uma mulher daquela!!!
Muita areia pro meu carrim de mão.
Mas que eu queria dar o toque nela, então dei.

2° Toque: Lula distribui 1 milhão para o Fome Zero!
Um aposentado do MS ganhou um milhão de reais respondendo quais eram as dias de nascimento do Lula, dado o erro de registro do pequenino barrigudinho. 6 e 27, e faturou, graças ao Lula e ao pai dele, uma bolada boa do Show do Milhão, pela primeira vez.. Muito boa.

Doe 1 milhão prá mim!

Na minha opinião, o macarrão...

"Não há opinião pública. Há opinião publicada"
(Winston Churchill, mencionado no Pasquim 21)

Já gostava de Churchill pela sua frase sobre o vinho,
para as derrotas e conquistas.
E deparo-me com essa hoje no Pasquim 21
da semana passada, minha leitura de trono.
E deu-se que no meu almoço,
estava eu tranquilamente
comendo meu Rochedão com
pouca comida (com bife e ovo),
e minha cerveja com jurubeba,
quando o Vítor, um dos vários
garçons gente boa do Bolão,
me diz que queriam fazer
uma entevista comigo!!!
Logo me ajeito,
sei lá se é uma estudante
de jornalismo blogueira que já
me descobriu...
Escondo meu bloquinho de anotações,
mas era uma jornalista sênior,
da Rádio Inconfidência,
querendo me entrevistar para um programa sobre:
- Macarrão!
Agora acharão que sou Marco Polo,
e levei isso para a Itália, embora haja dúvidas?
Acharão que sou Napoleão? Deus?
Coisas loucas acontecem com pessoas loucas.
Dei minha opinião,
frustrado por ela não ter deixado
eu fazer propaganda do meu blog,
nem contar ao vivo que ando comendo...
Ninguém iria acreditar mesmo...
Melhor ficar calado.
Que preciso comer depois também,
isso é, o Macarrão do Bolão,
nas voltas â casa de madrugada...
Se eu falasse mal do macarrão do Bolão, ou seria
ruim da cabeça ou doente do fígado.
Tipo hoje (tipo hoje o quê mesmo? Bebidas ou loucuras?),
já que me convidaram para dois programas
bem diferentes, nem rádio nem TV... um com amigos,
happy hour, outro, happy night.
Agora, jornalista que não observa
o mundo ao vivo, não sabe o
que pergunta:
"tava" à minha frente as duas travessas do Rochedão,
e o prato, "com pouca comida".
Tá legal que numa travessinha
tinha o famoso macarrão do Bolao,
e aproveitei para deixar
minha dica de molho: bolonhesa com 3 azeitonas.
Que tem dia, eles tiram o caroço,
tem dias, não.
Isso não é do cardápio,
então não posso me queixar.
Vamos ver se o Bolao e seus irmãos lêem
o blog ou escutam o rádio...
Tenho dito isso já há muito tempo,
antes mesmo de morar na área.
Adoro o ar democrático que tem lá,
gente de todas as classes,
relógios me acusando de nada fazer
àquelas horas, todos acertados,
mesmo no horário de verão,
exceto um desgramado
que parece Ferrari do Rubinho:
ou tá parado, ou anda mais devagar que os outros.
Hoje mesmo, dei-lhe a velha cubada de soslaio,
para não me incomodar muito,
e ele tava uma hora antes.
Um rebelde, vai ver não aceita horários.
Nem verão.
Como então o happy hour lá
deve começar no mesmo
horário que os outros "happies",
vamos para outro lugar,
e se me entrevistarem
sobre a nova schin, diria:
nem perde seu tempo. Nem experimente!
A não ser claro, que a Schin patrocine o blog...
E aproveitando a emenda no soneto,
já que falei de Pasquim 21, andei reparando
que eles só tem anúncios de órgãos
públicos... Ação entre amigos?!
Mas de qualquer forma, tem muita gente
boa lá. Como em todos os "universos",
mesmo os de 2, que às vezes tem um
"bão", e o outro mal, que nem rinha
de galo de cidade do interior.
- "Falei pro Senhor que o 'bão' era o
'vermeio', o carijó é mal prá daná!"
(ao viajante que fora se divertir na
rinha e perdera 100 reais no galo
vermelho, que o capiau ao lado falou
que era o "bão"...)
Haja paciência!

Me mande para rinha!

Momento de riso

Uma senhora está em casa sozinha e vê um vulto masculino
passar.
Ela aproxima-se dele por trás, com cuidado, agarra-lhe os
testículos e, apertando com toda força, pergunta:

- QUEM É VOCÊ ????

Ela, não obtendo resposta, aperta com mais forçaa ainda...

- QUEM É VOCÊ ????

Mantem-se o silêncio, ela aperta ainda mais, e já com os
pedaços de pele do saco escapando entre os dedos, volta a
perguntar:

- QUEM... É... VOCÊ ??????

Uma voz, num tom baixo e sofredor, consegue responder:

- Joooão...

Então ela pergunta:

JOO ... QUE JOÃO ????

Ele responde:

O...O...O...O...MUDO...

Onde será o céu dos posts?

"Putz, perdi outro post!" (Eu)

Onde será que vão os posts que morrem?
Queria visitar no cemitério,
os posts que faço e somem antes de ir.
Vou levar flores prá eles, alguns eu gostava muito!

Enfim, nem tudo que queremos podemos ter na vida.

Me faça postar seu comentário!

Um pouco de poesia, enfim!

"Poetry is not an assertion of truth, but the making of that truth more fully real to us." (T.S. Eliot)
"Poesia não é a afirmação da verdade, mas o fazer com que a verdade se torne completamente real para nós" (Eu, traduzi, juro!)

Essa poderia ser para fechar o dia.

Mas não, é só intervalo do primeiro para o segundo tempo.
Vou almoçar uma comidinha nessa tarde cinzinha,
sentado, sozinho, naquela mesinha, num canto,
assim com fome, um desencanto.
Vou ler algo, um conto triste,
ou ver um sorriso, um beijo,
amantes entrecopando coitos,
amores lembrados e arrepiados.
Talvez esboce um espreguiçar,
se de algo bom me lembrar,
se de alguém me lembrar.
Agora, só vou almoçar.
Uma cerveja, talvez?
Uma cerveja?
Prefiro nenhuma.
Ou uma e uma jurubeba,
boba, quem bebe da vida
viverá a vida? Bêbada?
E quem fuma, quem cheira,
quem come, quem vomita...
que vida?
- Aquela!; com direito a
segundo tempo quando
dá errado mas ainda
não acabou, não acaba!

Mande as regras do jogo para mim!

Futebolística

"TODO CRUZEIRENSE DEVERIA AMAR O GALO, POIS NA VERDADE O GALO NADA MAIS É DO QUE UM 'PINTO GRANDE'" (um amigo, atleticano, por supuesto...)

Homens e futebol, mulheres!

Ontem à noite, fui pegar um macarrão no Bolão.
Teve jogo do Atlético, e as mesas vermelhas
estavam coalhadas de camisas listradas e feias,
preto do nada e o branco de tudo, prefiro o azul!
Mas o que seria do amarelo se todos preferissem
o vermelho????????? Afinal, eu sou vermelho.
Mas na mesa de três, três carinhas desfilavam
a tragédia grega de suas separações.
Três caras na faixa dos 20 e tantos, todos
três, atleticanos, e separados...
É como eu sempre digo:
- o importante é ter saude!
Mas enfim, parece que o futebol é só
a desculpa certa para sair uns dias e
falar das dores, das marias, das fulanas,
que homem gosta ´r de fofocar.
E ver 20 panacas correndo atrás de
uma bola, dois granjeiros (pelo menos,
os chamam de frangueiros, já ouvi!)
que tentam pegar a bola, e devem
ser granjeiros mesmo que uns as
pegam como se pegam galinhas fujonas.
Ah, ia esquecendo de um, que deve
ser ruins (ou os jogadores é que são?)
e fica apitando. E ninguém gosta dele,
parece que todos conhecem a família dele,
e falam mal da mãe, das irmãs, das mulheres...
Além de tudo, o cara é corno.
Sempre. Tem horas que ele apita que
vem todo mundo prá cima dele, e
ele fica levantando cartõezinhos
amarelos e vermelhos, o sacana.
E tem gente que tem que sair da
brincadeira porque não entende
o que ele disse... ou apitou!
E tem outros dois que ficam
com umas bandeiras, correndo,
querendo entrar no jogo,
mas o cara que apita não deixa!
Eles levantam a bandeira para
o cara deixar eles entrarem,
e o cara apita e para o jogo...
Depois, todo mundo diz "uhhhh!"
do gol que não foi,
ou resta um granjeiro abatido
saindo com a galinha morta
de dentro do gol... Ai vão e
põem ela no meio do campo,
ficam em volta, oram, oram,
e ela, a galinha bola,
vive de novo...
"Como todo dia insiste em nascer"
Um dia após o outro, diriam os gurus...
Sempre hã um jogo novo na TV,
se eu não consigo mais nem te ver.
Então, futebol, fofoca, cerveja,
e pros talheres,
macarrão do Bolão,
mas na discussão,
as mulheres...

Vem comer um macarrão comigo!

De repente...

"Cai o nível" (Maria Rita)

É uma pena, mas você não vale a pena.

Por quê todos amores acabados não valem a pena?
Valem os dedos sim.
"Valer a pena", é o termo que se usava para
dizer que o que se iria escrever não valeria
a pena que se gastaria para escrevê-la.
"Valer os dedos", antes de poder despertar
qualquer conotação sexual, é como se deve
dizer agora sobre esse mundo de analfabetos
que não tem computador para gastar os
dedos calejados do arranca-rabo do ganha-pão,
arrancando as penas que outros usarão
para fazer valer... Processo de exploração do
trabalho, mas infelizmente, o que temos.
Utopias não movem moinhos, quixotes não
brigam nas utopias, e a vida, não sei,
assim seria.

"Não, ela não mais vai voltar...
olha lá, ela não é feliz,
sempre diz que é do tipo
menina valente.
Com cara de vilã.
A gente não cái não...
Ela não é de nada!"
Que me perdoe o Marcelo Camelo que compôs Cara Valente para Maria Rita!
Essa, também valeu a pena!

Eu sou uma pessoa má!!!!

"Eu sou sacana demais!" (Eu)

Recebo um e-mail dum sobrinho,
dizendo assim:
"Se você rir, só um pouquinho,
esboçar um sorriso leve, você
é uma pessoa má!!!"
E segue uma foto,
do Ray Charles cantando,
sentado ao piano e segurando
um microfone...
Ao contrário!!!!!!!!!!!!!!!

Bom, quase infartei de novo
de tanto rir.
Sou mesmo um palhacinho mau.
Uau! boa sugestão para um livro
infantil, satírico dos velhos padrões
corrosivos da razão, um livro para
os adultos que nunca entendem
que quando quiserem, podem
voltar a vida vivendo o riso das
boas coisas que sobram das coisas m´ss
que fazemos...

Vizinhos Estranhos

"Periga nunca se encontrar..." (Uma vizinha, citando Cara Estranho, de Los Hermanos)

Eu sou um vizinho legal.
Conserto coisas, vou às reuniões, ensino a por o carro na garagem (êpa!) e tal.
Mas ouço músicas altas.
Bom, ontem falei de alguns gurus, então vamos ver se listo minha trilha musical atual:
- Angra, Ana Carolina, Anastácia, a Tia, Blues (adoro azuis...!) Bee Gees (ah, vou parar
de por em ordem, que vou esquecer alguns mesmo...) Iz Kamakawiwo, Adriana
Calcanhoto, Maria Rita, Zé Ramalho, grande Raul!, Zé Geraldo, Zeca Baleiro,
(e só com ele, Zeca Pagodinho), Baiões, Forrós, Queen, Alan Parsons, Moody Blues,
Electric Light Orchestra, Supertramp, Chico, Caetano, Gil, Moacir Franco, Demônios (?) da
Garoa, Elba Ramalho, Emma Shapplin, Sin-Sin (por uma razão muito especial...!), Gal, e etc e tal.
Mas Los Hermanos é que me despertaram para uma linguagem nova na música.
Me deram parâmetros de o que eu queria realmente ouvir minha vida inteira, a música.
Assim, suja, multiritmos, desafinada...
E Cara Estranho, estranhamente não Ana Júlia, que achava bonitinha mas ordinária,
foi a música 1 que vi num programa de TV.
Ai passei a ouvir tudo que tinha de novo, e todas as músicas que sei agora são novas,
são as mesmas músicas de toda a minha vida. Não poderia faltar ainda:
Milton Nascimento.
Mercedes Sosa, Marisa Monte, Marina, tantas mulheres!
Loreena MacKennit, Mammas and Papas...
Mutantes, Genesis, Frank, clássicos, Rapid Eyes Moviment R.E.M.
Tanta música na vida e eu ouvindo a CBN!!!!!!

Canta para mim...?

Meu joguinho

"Tomara que não me liguem" (Eu)

Bom, minhas férias deveriam ter acabado.
Mas eu não vou ao escritório hoje não.
O circo está pegando fogo, e o palhaço
não está lá para apagar com baldes.
Avisei eles onde tem hidrantes.
Pus extintores nos cantos.
Aterrei os fios dos computadores.
Liguei os pontos com os mundos,
escrevi uma bíblia para eles lerem.
Agora, que o circo pega fogo prá
renovar, em duas semanas, uma
certificação da qualidade, oh! maldade!
eu deixo eles lá, batendo cabeça e
teclas, embora tenha dito:
- está tudo escrito ai, é só ler a bíblia,
marcar os capítulos, dizer quem
são os apóstolos, quem é o povo escolhido,
dar a césar o que é de césar, dizer qual é
o paraiso, aferir as dúdivas divinas,
e rezar, rezar, rezar...
Melhoria contínua!

Melhor, é continuar...

Tempo para bobagens...

"Doe sua bundinha" (Meu cunhado)

Que coisa, sô!
Tanta coisa séria na vida,
tantos telefonemas, mensagens,
esperados, mesmo desesperados,
me chega uma mensagem no celular,
assim:
ATENÇÂO...
Participe da
campanha de
doação de órgãos
........doe l ?
........sua / ) )
Bundinha L'/`l
para mim!

Tem gente que sempre
arranja um jeito de ser
feliz, zoar, brincar, sonhar.
Evoé, Camilo.
Como sei que à essa hora
não bebe, a noite sua e
de minha irmã deve ter
sido boa, ou isso tudo
será saudade da
primeira coleção completa
de Pratos da Boa Lembrança,
que verás hoje na fazenda?

Ineloquência

Callado cita Malraux para dizer que "todo artista começa pelo pastiche, pela imitação de outro ou outros pintores. Ninguém se torna pintor 'diante da mais bela mulher e sim diante de outros quadros'".
(No Mínimo, Rato de Livraria)

Quase penso que tenho que me calar,
ao ler Callado, silenciosa e reverencialmente:
"Vivia isolado em sua arte, impermeabilizado. Um monge leigo. Um monge que perdeu Deus mas guardou o gosto da cela e do trabalho árduo" (sobre Cândido Portinari)
"...há uma garota de laço de fita que quase respira, desatenta ao quadro e a tudo mais, cheia de suficiência perfeita dada pelo existir, pelo estar ali" (sobre Festa de São João, de Portinari)
"A gente vai se vendo em vários estados de espírito. O que imaginamos que seja nossa 'parecença' fica às vezes de uma fixidez insuportável, mas um simples toque de pincel seco num canto de boca pode desarmar a parecença como num castelo de cartas" (sobre sua sensação de ter posado para um retrato, para Portinari)
"Às onze e quarenta da noite de 6 de fevereiro de 1962, na Casa de Saúde São José, foi arriada a cabeceira de metal da cama do 206. Arriada à linha horizontal, à linha da morte. Nas mãos cruzadas daquele que acabava de morrer a irmã colocou o crucifixo" (sobre ter presenciado a hora da morte de Portinari)

Cândido Portinari...
Tenho uma admiração cândida por esse homem,
não pela sua discreta e comedida vida de artista,
embora sagrado e reconhecido,
não pela sua história que toda desconhecia,
nem pela azul-beleza que Callado deu às palavras,
embora seja de azul que queira falar, nessa manhã gris.
Como bom canceriano, água me encanta e amedronta.
E Portinari é o retrato da Igreja da Pampulha,
minha querida lagoa da Pampulha, onde ia todos os
dias zunindo no vento fresco que minha bicicleta,
uma Monareta Azul (?), minha paixão máquina, fazia
bater em meu rosto sardento e suado,
em meus quinze anos, embora antes ali matasse
aulas do ginásio, pescando, nadando...
Naquela época não tinha xistose.
Talvez de chinelo de dedo pedalando,
ou um kichute preto e rôto,
sentia-me um ator de Titanic,
à proa do dardo que apontava
em direção ao infinito,
e gritando: "Eu sou o Rei do Mundo!"
Pampulha...
Portinari...
Azul...
Tardes de setembro...
Lírios em meus olhos...
Museu da Pampulha...
Bailes da Casa do Baile
que não fui, museu que
foi cassino em que não joguei,
Igreja que guarda o Deus
a quem eu peço: faz o dia azul?

Azulejemos!

Oração da Manhã

"Abre os teus armários, eu estou a te esperar, para ver deitar o sol sobre os seus braços, castos"
(Los Hermanos, em Casa Pré Fabricada, CD Bloco do Eu Sozinho)

Sabe, Deus, anjinhos da guarda...
poderiam desgrisalhar o dia de hoje,
e o de amanhã, e depois... depois.
Deixa raios cálidos de sol aquecer
as almas frias, a minha, dela, nós dois,
e todos amores que temos eu, vocês,
nós todos, todos os nós da vida, ainda.

Sabe, Deus, anjinhos, demônios...
Todos vocês que me vêem e sabem,
todos vocês de que amam e me batem,
todos vocês vão à merda. Mas eu também!

Por quê é lá que eu estou,
É lá que devem estar,
por que lá, eu não vou ficar.
Vem, todos vocês, me tirar!


Garoa tardia, garota...

"Lave ou leve minha alma, com calma, água...agora!"
(Alma a lavar, ainda.)

Chegava eu,
em casa,
ecoando na cabeça
minha decepção.
A verdade estava
lá fora comigo.
Garoava.
Pensei em quantas
noites de garoa
levaria para que
alguma coisa
se enchesse.
Deu de chover
e tudo entornou.
Derramo-me fácil.
Nem sei se aguo.
Nem sei se sei,
como sempre...

quinta-feira, outubro 23, 2003

Mérde!

MÉRDE!!!

Para os atores,
que palco,
quê amores?
"Mérde, c'est 'le fin',"
fontes sem serifas,
dardos sibilantes,
frases ditas,
punhais algozes,
jorrando sangue,
meu, seu, nosso
para celebrar
a (sem crase!)
nossa memória,
sangue jorrando,
lavando a larva
que endurece
o magma do quê
nós somos?!
Lava-se com sangue
tudo que não sei,
não sabemos, nem
tantos, queremos.
Lava-se com sangue,
mas a água da vida
lava a mão dos
Pôncios, que se vão
aos pilates, ou não, e todos...
suar na malha
o suor de seu
ou meu, amor...

Ninguém canta o que canto
melhor que eu: que de mim,
brotam novos brotos,
variaçõs dos enxertos,
de ar, teria, no coração,
que fazem jorrar, jorrar,
sem parar:

- Amor.

Mostrando o pau...

Onde Deus possa me ouvir
(Vander Lee)

Sabe o que eu queria agora, meu bem?
Sair, chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo, um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém

Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender por que se agridem
Se empurram práum abismo
Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui, pode sair

Adeus.

Sabe o que eu queria agora?

"Enfiar a cara na areia - avestruzes não fazem isso -, mas tenho medo de expor fraquezas..." (ele, minúsculo...)

Domingo, 11 da manhã em ponto, Lagoa do Nado, acho que bairro Itapoã, região da Pampulha. Dia 26, 11:00h, show "de grátis" do Vander Lee.

Confira!

Desculpe... ou não, diria Caetano...

"Faltou falar
o que falei:
a hora que
não quiser
ou não querer
interromper
meus ou seus
momentos especiais,
não atendo.
Se vêm mijar
e falam bobagens,
depois, vou eu explicar
a quem viu ou ouviu...
Tem dias que...
se celebram alegrias,
dias há, pura
(ou por) agonia..."

Ele
Ponto.

(Sem libélulas nem helicópteros)

Se isso não merece um Nobel... sei não!!!!

Cala a boca e me beija! (Uma amiga minha, sobre alguém que não tinha o que falar... nem nada!)


Procuro a música da Ana Carolina, e procurava alguma que começasse como "entre nós dois..." Giro meus dois CD's dela, e nada. Mas tudo tem a sua cara. Cada música. Elas me inspiravam, e me deprimiam. Eu só conseguia enxergar as duas coisas juntas. Ai você mostra a mensagem subliminar que tem na música, e a letra começa a fazer sentido...
Menina, moça, Mulher!!!
Se não te "derems" os "prêmio" Nobel das letras, tu podes saber, moça, que esse prêmio num presta!!!! (isso em homenagem aos atabaques do sul quando ecoarem suas letras! E de todas as Rosas, o Vento...
No tempo da celebração dos 90 anos de Vinícius (ou Vinitius, como "querem" nós, os puristas), arrisco uma lápide digna para colocarem sobre minha sepultura: "Aqui Jaz Aquele Que A Chamou de 'Vinitia'", dando-lhe o devido jaez... a Vós, que Versejais como Tal! E que melhora o tal, e qual, quem de nós que eu já não preciso mais?
...
E sem querer, nos meus toques trêmulos de emoção sobre os botões do CD Player, travei essa música, essa música, essa música...
Eu conheço o seu sorriso, lindo!
Eu não esqueci nada!!!
...
Então me diz, agora,
o que será
sem um par
para ser feliz;
se a vida imita
a arte, da arte
a gente tira a vida?????????;
me diz agora,
que o certo é
que a arte
imita a vida.
Mas não me esconda,
então, o nome de Quê
terá sido quê,
com a Mão,
escreve a história,
nós dois????

Ele (Melancólico)

terça-feira, outubro 21, 2003

Quer que eu corte?!

Ah!

Quer que eu corte minha l�ngua insana?!
H� de convir:
contamos coisas com dedos:
Conde, vizinho meu, com dez
nobres, diz dois grandes segredos:

disse-me o conde, nobre que nem,
que, em primeiro lugar, l� � de segunda...
E por fim, a m�xima:
- Te invejam...!

Ah, v� raz�o...
Quer que eu fale s�rio?!
Ah, v�o te fuder!
N�o com minha ferramenta,
fodam-se com a jumenta!

Denuncie � Sociedade "Grite e eles pagam", defensora da liberdade de ir e vir, aos gritos...!

Transverberando...

"Pai, esse pedal tem reverbarador!...."
(Meu filho, desde sempre, me convencendo....)


Iria eu, a principio, tregiversar (isso � espa�ol, lo sinto...)

Transverberar me levou a tregivertir.
E ai me lembrei de reverberar...
Aquilo que reverbera.
E tem m�sicas que quer�amos ouvir, s� dedilhadas...

Mande-me � merda (clique aqui)

Claro, todo esse espanhol que n�o sou,
nem quixote, nem franco, nem frango...!
Sou l� sei o qu�: e de onde sou, se vou?
N�o sei, no lo s�.
Que digam Dos Gardenias...


Brigas?!

"Me espere, minhas dores proc�, ainda n�o existem... embora exitem..."
(Lel�, do passado...)

Ia eu tranquilamente para a minha performance no curso (eu n�o 'VOU" pura e simples, a canto nenhum.)

Na porta do hotel, tentei livrar a de um estressado, e bati p�ra-choque no poste.
E nem estava postando nada...
O babaca, um careca, me xingou.
Mandei-lhe tomar no... ele ia, o carro foi embora.
Mas quis ver.
Corri e lhe fechei.
- Babaca! (sem a menor adrenalina no sangue, e como conv�m, na avenida do Cortorno com a Bahia... Subir Bahia e descer Floresta...)
O cara quis descer, mulher e filha segurando...
Mas, vendo a sess�o de man� minha,
voltei pro carro.
Ele me desafiou:
_ Vem c� agora, trem!
Eu fui, zen.
Ele me pos a m�o no peito e me peitou.
Eu lhe abri a porta do carro e disse:
_ V� em paz e o Senhor lhe acompanhe.
Enfim, raz�es para lembrar meus tempos de cursilhista...

Pe�a ao seu Deus por Mim?



O Acaso...

"O acaso vai me proteger enq�anto eu andar distra�do...! (Tit�s, n�o vou ler o encarte do CD que tenho, pr� ser "preciso" o que sei...)

Devia ter muita coisa feito, esses s�o meus defeitos... (n�o rima, mas you must remember this...
The fundamental thing aplly,
As times goes- com v�rgula ou n�o...- bye...
Bye (it's stiill the same history...)

L�grima que no "tempo se vai!"
( o tempo, n�o passa, sabe-se pelos alfarr�bios...)

O tempo...

"O Tempo � senhor da Raz�o"
(camiseta do Collor)

O tempo...

As time goes, bye...

Mesmo em ingl�s, merece explicar.
Ia eu para um curso de aprender... Mas,
"da minha infinita tristeza encontrei..."

Isso � a mesma est�ria,
uma paix�o para estar na hist�ria...

Via as meninas, novas, elas.E ela.
Que se "apaixonou" por meu bigode.
Dizia "mou"sss"tache, e o "s" sibilante
encantava-me, maldita serpente!
Brinca com a vida da gente!

Jamais a toquei,
e do meu bigode,
j� nem sei.

Raspe-me! (vc sabe o qu� � um hiperlink?)

Lindinho isso!

"Um dia, vou fumar maconha, pr� ver se meus filhos me entendem..." (Minha prima, de segundo grau...)

Tenho que ir para esse curso...
Ningu�m me entender�?

Te entendi!

Trama sacada

A vida, � uma novela. Numa curva errada dessas, o t�xi volta..." (Dias Gomes, dramaturgo contempor�neo)

�h, b�ibi, a hora que c� diz que acaba me mata!

(Acabado, r�to e maltrapilho, nem vou botar link para mim...
T� a fim de nada, e a vida � tudo! Tenho que movimentar...)


Há que se cuidar do jardim

"O título foi dito por Cândido?" (Lelé, decepcionado por não reunir em sua pinacoteca de livros esse titulo...)

É isso que falta. Na estante.

Explicando

"Putz, como flutuam relampejantes ou faiscantes, os pensamentos!"
(Lel�, em crise de abstin�ncia, sexo, drogas ou rock�n�roll, vai saber...)


A fonte de faetonte, � essa aqui (nossos leitores precisam saber que matamos a cobra e mostramos o pau, o meu, menor que uma bic?!, mas que pau fino � varinha, e a m�gica encanta...).
Essa fonte que eu mencionei antes, fica no vale, mas n�o sei se aqui vale falar do vale... Mas estive ali, vale dizer, muito tempo s�, seis anos, como os seis mil litros de capacidade do Oswaldo, meu Trov�o Azul. Pilotava-o insamente, como conv�m a este blog principalmente, e um belo dia vi surgirem � minha frente, duas rodas inocentes, e comentei: olha uma roda, e pisei no freio... Deus, generoso, mandou outra roda, essa � direita, e regojizei-me imensamente nessa d�diva divina, rodas, rodas, rodas de caminh�o!!!! Iguaizinhas �s do Oswaldo! O Senhor havia enfim entendido a gl�ria daquela m�quina azul que vazava �leo, vazava �leo, vazava-se todo para me trazer �gua e me mater a sede de beber que tenho, e lhe premiava com rodas, rodas...
Enquanto Oswaldo, que tinha vontades pr�prias, se negava a parar,
esses pensamentos generosos rondaram as fa�scas que me fugiam sobre "como controlar", o que estava acontecendo, mam�e, nao me abandone, ave maria, deus me perdoa... Olha que legal!
E aquelas rodas, t�o sonhos, eram do Oswaldo as rodas traseiras, fugidias...

E eu as recolhi do leito para que fugiam.
Vendi Oswaldo depois, mas ele ainda tem rodas que vivem e fogem de seus "destinos" bestas de girar, girar, girar...
Giro na dan�a, e em mim desce a pomba gira, e mais ainda, dan�o!

E olha, xinguem-me se quiserem, mas agora, vou pr� curso!

(hoje, meu deus � uma roda) Deus � foda. Por isso Jesus Salva...
Ou voc� acha que h� conota��es diferentes para "pai, por qu� me abandonastes?!" e "Esse programa executou uma opera��o ilegal e est� sendo fechado"???
X� xu�, cada macaco no seu galho, n�????

Faetonte, ou eu de volta a mim, de novo...

"Lembre-se sempre de citar a fonte de seus conceitos pensamentosos" (Lel�, um neologista)

Ah, me esqueci de citar a fonte:
- "era uma fonte l�mpida e vista assim de baixo, o sol brincava e me convidava a sorrir...
Deviam me olharem, todos, com olhos embaciados e nem ver meus sorrisos...
Eram carretas de vin-te mil (mil meu,...) litros, e eu ali, "c�is tudo", olhando raios de sol,
tantos em incont�veis gotas, finitas pelos movimentos da terra que arranca o ferro,
que Oswaldo, meu caminh�o de seis mil litros, e pipa, n�o soltam mais, o primeiro as rodas no caminho,
a segunda, o vento no bordo de ataque do aerof�lio f�sico dos tri�ngulos imagin�rios, bermudas, das taquaras retidas por linhas 10, da Corrente, ou barbantim zero-zero, sem cerol, seu mongol!, que a gente brinca, brinca, recolhe a linha na lata, vai pr� casa, deita e se abandona.
Manter o mundo vivo, cansa...

Reze por mim, para mim (clique aqui para enviar uma prece a uma pobre alma...)

TAZQUIUPARIU EU, VIU!!!!!!!!!!!

"Só Jesus Salva...!"

Lembro-me da piada para contar que perdi dois posts agora.
Esse trem é um perigo (ai, depois falo sobre trem...)
...
Um era a lenda de Faetonte, contada por Ovídio.
Outro, era sobre blogs.

Vou falar um trem:
essa coisa de achar engraçado mineiro falar "trem" é a maior 'bubice' dos outros brasileiros menos cultos...
Trem, no Aurélio (como esse trem que os pobres mortais conhecem), vem do francês; e essa coisa da gente importar certos conceitos fode tudo.
Assim, o trem, que é um conjunto qualquer de "objetos", como composição ferroviária, ou qualquer obra literária, para andar nos Caminhos de Ferro da França:
no Brasil é "trem" assim definido em oitavo, que antes, tudo é trem...
E falando em Caminhos de Ferro,
Faetonte a seguir:

Quote"
(usa-se esse termo para definir ao leitor (a) que incia-se a citação a algo que se incorpora ao texto em questão, pela sua natureza de prova do desenvolvimento do pensamento conceitual. Termina-se a citação incorporada com o termo "Unquote")

(Esta é uma dos melhores histórias de Ovídio, que a conta com grande vivacidade. Os detalhes não são introduzidos apenas a título de decoração; seu objetivo é, fundamentalmente, uma maior intensificação dos efeitos. )

O palácio do Sol era um lugar fulgurante.

Tinha o brilho do ouro,
o lampejo do marfim
e a cintilação das jóias.
Por dentro e por fora,
tudo era resplendor e luminescência.

Era sempre meio-dia,
e a penumbra sombria nunca vinha turvar a claridade.

A escuridão e a noite eram ali desconhecidas.
Poucos dentre os mortais teriam resistido por muito tempo àquela luminosidade imutável, mas também poucos tinham descoberto o caminho que levava até lá.
Não obstante,
um dia ousou aproximar-se desse lugar um jovem que,
de parte de mãe, era mortal.
Teve que parar muitas vezes para esfregar os olhos ofuscados por tanta luz,
mas o propósito que o trouxera até ali
era tão urgente que ele se manteve firme
e apressou ainda mais os passos ao entrar no palácio,
atravessando as portas polidas que conduziam
à sala do trono,
onde estava o Deus-Sol, envolto por um brilho resplandecente e ofuscante.

Ali o jovem parou,
incapaz de dar mais um só passo.

Nada escapa aos olhos do Sol,
que imediatamente se deu conta da presença do jovem
e para ele olhou com grande amabilidade.

"O que te trouxe aqui?", perguntou,
"Aqui estou",
respondeu com grande ousadia o outro,
“para descobrir se és ou não meu pai.
Minha mãe disse que sim,
mas meus amigos riem de mim quando lhes digo
que sou teu filho,
já que em nada disso acreditam.
Contei tudo isto à minha mãe,
e sua resposta foi que eu viesse pessoalmente procurar-te.”

Sorridente,
o Sol tirou sua coroa de luz ofuscante,
para que o jovem pudesse olhá-lo sem maltratar os olhos.

“Aproxima-te, Faetonte!", ordenou-lhe.
"Clímene te disse a verdade: és meu filho, e espero que também não duvides da minha palavra.
Pretendo, porém, dar-te uma prova de que não minto.
Pede-me qualquer coisa que quiseres e serás atendido.
Como testemunha da minha promessa,
vou invocar o Estige,
o rio do juramento dos deuses."

Sem dúvida,
Faetonte já observara muitas vezes o Sol a percorrer os caminhos do Céu,
dizendo para si mesmo com um sentimento misto de respeito e admiração:
“é meu pai que por ali passa!”

Em seguida, punha-se a imaginar como seria estar também naquele carro,
dirigindo os corcéis ao longo daquela vertiginosa trajetória com a finalidade de levar a luz ao mundo.
Agora, depois de ouvir as palavras do pai,
esse sonho louco estava prestes a concretizar-se.
Num instante, exclamou:

"Deixa-me tomar o teu lugar, pai!
Não há coisa que eu mais queira.
Só por um dia, por um único dia,
deixa-me conduzir o teu carro."
O Sol então deu-se conta da sua própria loucura.
Por que fizera aquele juramento fatal,
comprometendo-se a satisfazer qualquer desejo que passasse pela cabeça jovem e imprudente do filho?

"Meu caro menino",
disse ele, "eis ai a única coisa que eu lhe teria recusado.
Sei que não posso fazê-lo, pois jurei pelo Estige.
Caso insistas, tenho que ceder, mas não creio que o farás.
Ouve bem os esclarecimentos que tenho a fazer sobre o teu pedido.
És filho meu e de Clímene.
Assim, és também mortal, e a mortal algum é dado dirigir o meu carro.
Na verdade, nenhum outro deus pode dirigi-lo,
nem mesmo o Rei dos Deuses.
Reflete sobre a trajetória que é preciso seguir...
Subindo a partir do mar,
o caminho é tão íngreme que os cavalos mal conseguem avançar,
por mais descansados que estejam pela manhã.
Ao chegar a metade do percurso,
a altura é tão vertiginosa que nem eu mesmo gosto de olhar para baixo.
Mas ainda muito pior é a descida,
e esta se precipita de tal forma que os Deuses do Mar,
à espera de minha chegada,
ficam admirados ao ver que não me lanço de cabeça para baixo.
Guiar os cavalos é também uma luta infindável.
Sua natureza de fogo vai tornando-os mais impetuosos à medida que sobem,
e só com muita dificuldade consigo mantê-los sob meu controle.
O que não fariam eles contigo? "
Continuou...
"Deves pensar que lá em cima existem todas as espécies de maravilhas,
cidades divinas cheias de coisas belas,
mas nada disso existe.
Terás de passar por feras e terríveis animais de rapina,
que serão tudo o que terás para ver.

O Touro,
o Leão,
o Escorpião,
o grande Câncer,
todos eles tentarão fazer-te algum mal,
e não duvides por um só instante que assim será.

Olha ao teu redor e vê quantas coisas belas existem no mundo.
Escolhe uma que seja o mais profundo desejo de teu coração,
e ela será tua.
Se deseja uma prova de que sou teu pai,
que prova melhor posso dar-te do que meus receios pela tua vida?"

Para o jovem, porém,
toda a sabedoria contida nessa conversa não surtiu melhor efeito.
Uma perspectiva gloriosa abria-se diante dele,
que já se via orgulhosamente em pé naquele carro maravilhoso,
guiando os corcéis que nem o próprio Jove era capaz de controlar.
Não ligou a mínima para os perigos que seu pai lhe descrevera.
Não se deixou perturbar um só instante pelo medo,
nem pela dúvida sobre sua própria capacidade.
Por fim, o Sol desistiu de tentar convencê-lo.
Viu que toda tentativa seria inútil e,
além disso,
já não havia mais tempo para nada:
o momento da partida aproximava-se.
As portas do Leste já se tingiam de seu brilho purpúreo,
e a Aurora já vinha abrindo o seu caminho cheio de luz rósea.
As estrelas abandonavam o Céu,
e até mesmo a retardatária estrela da manhã já se apagava.
Era preciso apressar-se, mas tudo estava pronto.
As estações do ano, as guardiãs do Olimpo,
aguardavam o momento de abrir as portas de par em par.
Os cavalos tinham sidos preparados e estavam emparelhados ao carro.
Com grande júbilo e orgulho,

Faetonte subiu para o mesmo e partiu.

Tinha feito sua escolha,
e só lhe restava agora arcar com as conseqüências.

Não que desejasse mudar alguma coisa
naquela primeira corrida magnífica pelos ares.

O próprio Vento Leste foi ultrapassado e deixado muito por traz.
As velozes patas dos cavalos passavam pelas nuvens baixas,
mais próximas do oceano,
como se estivessem atravessando uma fina névoa marítima,
e depois se elevavam rumo aos ares translúcidos das grandes alturas do Céu.
Durante alguns momentos de puro êxtase,
Faetonte sentiu-se o próprio
Senhor do Firmamento.

De repente, porém, algo se modificou.
O carro começou a oscilar fortemente de um lado para o outro;
a velocidade se tornou muito maior,
e Faetonte percebeu que não tinha mais o controle de nada.

A corrida não era mais dirigida por ele,
mas pelos cavalos.
Eram senhores da situação,
e nada havia como controlá-los.

Saíram do caminho habitual e se lançaram para cima e para baixo,
para a esquerda e para a direita.
Por pouco não lançaram o carro contra o Escorpião;
depois, em uma vertiginosa escalada,
quase se arrebentam contra o Câncer.
A esta altura,
o pobre condutor estava quase desmaiado de terror,
e então deixou cair as rédeas.
Foi o sinal para que a corrida se tornasse mais louca e avassaladora.
Os cavalos voaram para o ponto mais alto do Céu,
e em seguida, mergulhando de cabeça para baixo,
incendiando o mundo...
As mais altas montanhas foram as primeiras a queimar: Ida e Helicon,
onde vivem as Musas, o Parnaso e o Olimpo, que se eleva para além dos Céus.
Através de suas encostas,
as chamas desceram para os vales mais baixos e planos e para as terras cobertas de florestas escuras,
até que tudo passou a ser consumido pelas chamas:
as fontes evaporaram-se,
e os rios foram transformados em regatos.

Diz-se que foi ai que o Nilo fugiu e escondeu sua nascente,
que ainda hoje continua escondida.

Faetonte, que mal conseguia manter-se no carro,
foi envolto por um calor infernal
e uma fumaça espessa
que parecia saída de uma fornalha.
A única coisa que agora queria era acabar
o mais rápido possível com todo aquele tormento e terror.

Teria saudado alegremente a própria morte.
A situação também se tornou insuportável para a Mãe terra.
Lançou um grito avassalador que foi ecoar junto aos deuses.
Estes, ao olharem lá do Olimpo para baixo,
viram que a salvação do mundo dependia de uma ação muito rápida de sua parte.
Jove pegou o raio e lançou-o contra o condutor imprudente e arrependido.

Faetonte caiu morto,
o carro foi destroçado
e os cavalos enlouquecidos
foram lançados
nas profundezas do mar.
Através dos ares, Faetonte caiu como uma bola de fogo sobre a Terra.
O misterioso rio Eridano,
nunca visto por qualquer mortal, recebeu-o, extinguiu o fogo e esfriou-lhe o corpo.
As Nêiades, com pena de vê-lo morrer tão jovem e cheio de coragem,
sepultaram-no e gravaram em seu túmulo:

Aqui jaz Faetonte,
que dirigiu o carro do Deus-Sol.
[Foi grande o seu fracasso, mas grande também sua ousadia. ]

As irmãs dele, as Helíades (filhas de Hélio, o Sol),
vieram chorá-lo em sua sepultura,
e foram transformadas em álamos ali mesmo,
junto às margens do Eridano.

Onde, pesarosas, vertem lágrimas eternas no leito do rio.
E cada uma delas,
ao cair,
cintila em suas águas
como reluzente gota de âmbar.

Unquote, mas isso faz parte daqui.

É "preciso" esclarecer

Abandonai-se e bebei...
(agora com Eco!!!!!)


Vejamos bem...

a caiação que tem agora é o velho afrêsco de que fui feito, cenas de sodoma e gomorra antes da aniquilação divina.

Medo, já foi dito, perdi na vida, perdi quem sabe tantas vezes que dele quase morri por tantas vezes em tantos anos.

Fiz um "radier" antes do alicerce de mim para "postar" nas formas de concreto armado, massa tosca de pedras, cimento e areia, que a gente nunca se preocupa em esconder mais do que jé é escondido, esse alicerce. Mas o meu, tá por sobre esse radier que fiz antes, que é uma armação de concreto e ferro por baixo do alicerce, feito antes que ele, claro, para sustentar sem rachaduras qualquer casinha branca de sapé, se se quiser cobrir de sapé a casa sua...
Os lobos, sopram sapé, mas não sopram a casa, firme ali, que nem prego no angu.

Alguém precisava cantar a vida, que dois cantos de morte pode encantoar o ânimo de viver...

Não preciso eu perdoar nada, por isso esperava...

Um dia, me libertei da espera e avisei.

O presente que levei
para mim pré-partida,
era que queria viver
de novo meus sonhos.
Ninguém sabe como
me são caros,
e tão raros,
os momentos de plenitude,
que se soubessem,
estariam comigo em viagem,
de presente prá um(a) menino(a)
que quero feliz,
de orgasmo para uma mulher
com quem quero o gozo gostoso.

Pois é, naquela rua linda e comprida, caminhei, caminhei de dia, e um dia, era escuro, bati de cara com um muro.
Ouvia sua voz do outro lado, mas ela dizia coisas que me doiam, doiam, e eram tantas coisas e tão verdadeiras,
que, ainda que sem medo do abandono, deixei me abandonar dEla, e fui vazando por baixo do vão das portas,
jogando as chaves todas de volta, vazei.
Ah, como eu quis voltar prá dentro da barriga da mamãe...!!! Então chorei...
Chorei aquele líquido amniótico da placenta no meu coração, e o pequeno trombo que estava parado nas coronárias, esvaziado do líquido da placenta trombolítica, soltou-se e foi dissolvido, mas anda por ai, dentro de mim, reunindo em trombos as legiões de anjos ou demônios que invadem os sentimentos que sinto.
Meus presentes, embora bijuterias simples, ainda assim têm brilho de verdadeiro presente, não de falsos, brilhantes.
Entre o passado e o futuro, agora, não sei porquê, lembro daquela voz que ouvi detrás do muro...

E se quiser explicação... (clique aqui para dizer: O que que é isso???????)

Minha filha mulher...

Abandonai-se e bebei...
(agora com Eco!!!!!)


Queria claro ter a sensibilidade feminina de um
chicobuarque da vida, mas sei-me vaidoso
o bastante para mostrar at� as coisas que n�o acho que prestem...

Minha filha mulher

Minha filha, mulher,
� filha mulher.
Tem que ter paci�ncia,
tem que ter ci�ncia,
e se n�o tiver ten�ncia,
eu n�o dou anu�ncia.
Vais ter que aprender,
sorrir tens que saber,
parar, ouvir, amar e ver...

Minha filha mulher,
essa que acho, que �,
preciso avisar, pois �,
que amo, ou, isto �,
precisa saber, o qu� �:
essa �, minha filha mulher!

Minha, filha, mulher,
essa que amo,
preciso avisar que amo!
Ou, pensando bem,
precisa, saber: essa �!
Minha!... filha mulher!
...
Essa � a quest�o!
Pensar, n�o ser s�(mente)!
Permito-me atrasar para o curso para blogar, postar.
Sou muito dado a v�cios, e sabe-se que estudar,
n�o � um deles...

Pess�a plantou-me a d�vida sobre o voc�bulo "preciso" e o verbo "precisar" entrou de gaiato na est�ria.
Uso e fa�o abuso dessa instigante vis�o que v�rias pessoas (ou pelo menos, Ele e Ela...) p�em por sobre as frases com "preciso" e "precisa".
Enfim, sempre � "preciso" dizer que n�o vim aqui para explicar nada, mas s� pr� complicar...

Mande-me pr� escola! (Clique aqui, alma bondosa, para me escrever...)

segunda-feira, outubro 20, 2003

Ih, ôôôuuuuu!!!

Uai, será que esqueci de clicar postar e publicar? Às vezes, só postar não aparece posto no site...
E o zémané aqui correndo e me atrasando de novo para ver blog!!!!

Nem me fale mais nada!

Serviço de Utlidade Pública

Abandonai-se e bebei...
(agora com Eco!!!!!)


Você sabia que não precisa morrer de sede no mar?
Não sabia?
Arrá!
Pois nóis aqui não sabe postá dereitio aindia, mas tranzemos até você esse serviciu di utilidá púbrica.

Verdade. O problema de se tomar a água do mar é que o sal fará a sede constante. Mas em contra partida, se seu corpo não desidratar, você terá mais chances de sobreviver e conseguir atravessar a nado desde o Rio de Janeiro até Miami.

Ai, mermão, os carioca vão se dá bem com esse bizu, sacumé? (usam-se essas gírias ainda, meu deus?!)

Bom, mas não vão acreditando em tudo que lêem pela internet não... Nada substitui uma pesquisa assim, palpável, cheia de contornos, protuberâncias e reentrâncias, sentir o hálito ardente que solta um coração que está na boca, o sangue irrigando, viril e virilhas, denunciando a armação que se fazia de um lado para se nadar no oceano-ela, ah, ela, que acha estranho eu a achar mais bela, ora se ela+bela eu posso ver pela praça um dia, radinho chiando estática no ouvido, quem sabe eu com meu discman colorido, e a gente nem se contém, tasco-lhe um beijo zen, daqueles que parecem campainhas de mosteiros, amém... Amém a quem fez você assim, amém se assim você quer, amém se bem que me quer. Que te quero você assim.

Mas de que é que estávamos falando mesmo, antes de ficar nessa bobice toda?
Ah, sim. Pois então, era sobre o mar e água salgada. Pense bem no seguinte:
se biscoito água e sal fosse feito de água e sal, o mar seria um biscoitão, tolos!
Agora, quanto ao que eu disse, não tente isso na sua próxima viagem à praia!

Ralhe Comigo!