"Careca, Antônio faleceu essa madrugada" (Meu outro amigo...)
Sempre me deparo com
essa situação que ocorre:
quem sai da vida assim,
de repente, numa
madrugada, um sábado,
em acidente, falece ou morre?
Ele foi meu professor de práticas. Sentamos frente a frente por dois anos, éramos tão amigos que perguntavam se éramos irmãos, confundindo o tom ruivo-acaju dos cabelos dele, com marcadas entradas, e o meu, ruivo-cenoura. Um era fruta e outro vegetava...
Quase fomos sócios, ele me pediu apenas o tempo para arrumar o novo negócio e me levar, juntamente com o amigo que me acordou às 7:30h para dizer: - nosso amigão, faleceu.
Aliás, falecer faleceria esse outro amigo, se não tivesse cuidado a tempo daquela hipoglicemia, e não tivesse a disciplina de passar a se alimentar saudavelmente, nadar todos os dias na piscina cheia de pentelhos de tantos sexos, aprender a jogar tênis já há três anos, deve dar um show no Guga quando parar de aprender...
Falecer faleceria eu, se meu coração não esperasse a minha impaciência naquela manhã de terça feira de março de 1996, quando sai do escritório, às 9:00h da manhã, para saber que estava tendo um infarto bravo na "descendente anterior (DA)" artéria miocárdica. Ele foi um dos que foi me visitar e doar sangue, sangue dele que, infelizmente, não tenho agora nas veias, já que não fizeram transfusão comigo. Se tivesse esse sangue recebido, agora sentiria seu calor nesse inverno fora de época em meu coração.
Falecer foi a esposa dele, que em poucos meses adoeceu e veio a falecer, 3 filhos deixando, com ele, rapaz ainda novo e tanto sofrimento...
Mas a "vida",
aquela coisa que os outros vivem,
enquanto nós padecemos,
continuava...
Se eu vegetei uns tempos na vida,
foi esperando ser chamado para ir
com eles, os dois amigos e professores que me levariam.
Acabamos virando os três concorrentes
no mesmo ramo de negócios,
mas eu dizia que éramos
uma grande empresa
dividida em 3,
dado o respeito que
tínhamos pelos negócios uns dos outros...
Bom, concorrência é concorrência,
e tivemos alguns entreveros,
nós três, entre nós,
mas nada que tenha
durado mais que alguns
minutos de raiva e decepção.
Nada de ruim ficava.
Ele empregava com ele
todo mundo que perdia
emprego, no ramo.
Nunca entendi como que
ele conseguia ter tantos
"sócios" e não ser uma sociedade anônima.
Ele estava sempre à frente,
correndo, correndo, correndo...
Ele devia estar correndo
na estrada, chuva, curvas, sono.
Se ele morreu dormindo ao volante,
hoje eu acordei mais falecido que no tempo que
co-habitávamos o mundo,
essa sociedade nossa, família, amigos, amores...
Mas se dessa dor calada e contida,
puder algo de bom brotar,
meu amigo, meu irmão,
lhe peço um grande favor:
para onde você for,
dá um abraço na esposa
querida que era a sua,
nos meus parentes, nos seus...
enfim, dá um abraço afetuoso
em toda essa gente boa e querida
que está ai do seu lado.
E pergunte a São Pedro,
ou a Deus,
porquê é que a morte nos separa?
Mande flores para alguém que você ama...
Sempre me deparo com
essa situação que ocorre:
quem sai da vida assim,
de repente, numa
madrugada, um sábado,
em acidente, falece ou morre?
Ele foi meu professor de práticas. Sentamos frente a frente por dois anos, éramos tão amigos que perguntavam se éramos irmãos, confundindo o tom ruivo-acaju dos cabelos dele, com marcadas entradas, e o meu, ruivo-cenoura. Um era fruta e outro vegetava...
Quase fomos sócios, ele me pediu apenas o tempo para arrumar o novo negócio e me levar, juntamente com o amigo que me acordou às 7:30h para dizer: - nosso amigão, faleceu.
Aliás, falecer faleceria esse outro amigo, se não tivesse cuidado a tempo daquela hipoglicemia, e não tivesse a disciplina de passar a se alimentar saudavelmente, nadar todos os dias na piscina cheia de pentelhos de tantos sexos, aprender a jogar tênis já há três anos, deve dar um show no Guga quando parar de aprender...
Falecer faleceria eu, se meu coração não esperasse a minha impaciência naquela manhã de terça feira de março de 1996, quando sai do escritório, às 9:00h da manhã, para saber que estava tendo um infarto bravo na "descendente anterior (DA)" artéria miocárdica. Ele foi um dos que foi me visitar e doar sangue, sangue dele que, infelizmente, não tenho agora nas veias, já que não fizeram transfusão comigo. Se tivesse esse sangue recebido, agora sentiria seu calor nesse inverno fora de época em meu coração.
Falecer foi a esposa dele, que em poucos meses adoeceu e veio a falecer, 3 filhos deixando, com ele, rapaz ainda novo e tanto sofrimento...
Mas a "vida",
aquela coisa que os outros vivem,
enquanto nós padecemos,
continuava...
Se eu vegetei uns tempos na vida,
foi esperando ser chamado para ir
com eles, os dois amigos e professores que me levariam.
Acabamos virando os três concorrentes
no mesmo ramo de negócios,
mas eu dizia que éramos
uma grande empresa
dividida em 3,
dado o respeito que
tínhamos pelos negócios uns dos outros...
Bom, concorrência é concorrência,
e tivemos alguns entreveros,
nós três, entre nós,
mas nada que tenha
durado mais que alguns
minutos de raiva e decepção.
Nada de ruim ficava.
Ele empregava com ele
todo mundo que perdia
emprego, no ramo.
Nunca entendi como que
ele conseguia ter tantos
"sócios" e não ser uma sociedade anônima.
Ele estava sempre à frente,
correndo, correndo, correndo...
Ele devia estar correndo
na estrada, chuva, curvas, sono.
Se ele morreu dormindo ao volante,
hoje eu acordei mais falecido que no tempo que
co-habitávamos o mundo,
essa sociedade nossa, família, amigos, amores...
Mas se dessa dor calada e contida,
puder algo de bom brotar,
meu amigo, meu irmão,
lhe peço um grande favor:
para onde você for,
dá um abraço na esposa
querida que era a sua,
nos meus parentes, nos seus...
enfim, dá um abraço afetuoso
em toda essa gente boa e querida
que está ai do seu lado.
E pergunte a São Pedro,
ou a Deus,
porquê é que a morte nos separa?
Mande flores para alguém que você ama...
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