quarta-feira, maio 18, 2005

Meu alguma coisa

Um dia, parece que é a hora.
Na hora, um segundo parece séculos.



resta pouco de mim em você, que avança no tempo com seus olhos, ouvidos,
mente e coração.
Resta um traço ou outro, que já nem reconheço, riscados por cicatrizes que
arranjamos na vida.
Resta nada de mim em você, que anda no espaço do mundo como se eu nem
existisse.
Resta um pensamento ou outro, que nem deve ser para mim, de tantos caminhos
que tem agora.
Resta um resto de mim em você. O resto do que sou e fui, e do que não mais
vou ser nem sou.

Vai bater no peito essa dor, essa incompreendida necessidade de achar que
tudo passa, num segundo.
Um dia, uma hora, um minuto, um segundo... e tudo cái, ruído, ruidosamente
em gargalhadas nervosas.
Um dia, é a hora.
E tudo se vai, num segundo.

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