1
Mamãe me liga, 1 dia depois de eu chegar de viagem, e fica surpresa ao ouvir meu alô!
Confessa que só então, parou de rezar pela minha (pobre) alma...
Ao fundo, ouvia eu, um CD de 1958, e eu perdi a oportunidade de falar para ela isso:
"_ Mãe, desculpe minha falha absurda de não lhe ligar ao chegar. Sei que podia até ligar a cobrar...
Mas me inquietavam tantas coisas, que pensei que você saberia apenas que eu estava bem, se
nenhum mal lhe viessem contar..."
"E eu lhe liguei de lá,
e de volta estou cá...
(odeio esse meu jeito de fazer rimas pobres...)
... para justificar minha injustificável falha filial
(compunge-me trazer-lhes, se há leitores, ao fundo de meus horrores...)
Mas, mamãe!, todos cá estamos, afinal!"
2
Têm me perguntado o que é "turismólogo"... Acho que aquele que faz viagens que são feitas numa interpretação muito pessoal, diferente.
Digo o seguinte: a Itália é linda, a Suécia é cativante, mas, "criança, não verás nenhum país como esse!"
3
Em 1958, no dia que nasci, mamãe se queixa que,
mais que me esperar,
papai ouvia no rádio o jogo do Brasil contra a Suécia.
Achei lá, na Suécia,
um "compact disc" (nossos pais escreviam "Long Plays", logo vulgarizado para um - ... de rara memória... - "LP".
Pois bem (é que CD poderia ser confundido com "Compacto Duplo"), um disco com fatos narrados e músicas cantadas no idioma sueco (que diz o dicionário é uma língua germânica falada na Suécia e na Finlândia.), todas de 1958.
E inclusive o jogo que acontecia em Rotunda, Solna, vizinhanças de Estocolmo... Brasil X Suécia.
4
"_ Mãe,
no dia que eu nasci, você me permitiu ver o mundo que eu ouvia em melodias como 'Volare', 'A Marcha do Rio Kwai', 'Diana', etc.
Queria lhe dizer também:
_ 'Obrigado por me trazer ao mundo que botava imagem nas vozes e imagens cujas melodias até hoje não esqueço!"
(isso é a pura 'caverna'... lembram-se de Platão?)'
_ Quero, mãe, lhe dizer que sou feliz. Obrigado!..." (Embora, em sueco, essas letras não me digam nada...; merece destaque dizer quê, em sons e ritmos juntos, elas são sempre as mesmas...)
5
Então, você me pergunta: "O quê acha que o Lula tem que fazer agora?"
Ora, mãe: você sabe o que papai diria:
_ Ele tem que sustentar a decisão. Ele é o Presidente do Brasil.
Acho isso, porquê penso quê:
- se um guarda de fronteira americana, mal-humorado, pode me barrar de entrar nos Estados Unidos da América, ou enfim, em qüalquer lugar que meu passaporte se incluir no rol dos "de outras nacionalidades", quem seria eu que se Presidente do meu País não tivesse a hombridade de assumir seu poder e
mandar embora um desafeto estrangeiro?
Calma lá, cara-pálida!
A gente pode brincar com o Lula,
a gente sabe brincar...
Vocês não!
Pelo menos,
não sabem brincar a nossa brincadeira!
Se o Lula "bêibi", isso é problema nosso...
Nós é que o temos como presidente... E se ele não for "gente" capaz de sustentar a decisão, retiro o meu voto declaradamente.
Mas ainda assim, não deixarei de ser "brasileiro".
Agora, voltemos lá à questão dos prisioneiros iraquianos...
Isso, diferentemente dos estragos que qüalquer gestão embriagada nos leve, não nos fará mais mal que sermos "brasileiros", enqüanto que a outros...
6
Meu visto americano vence ano que vem, me alerta o passaporte aberto alhures, na Europa...
Lá, na Europa, eles têm uma cultura de manterem-se vivos, acima do poder do dinheiro, porquê vivem com essa coisa de "cultura".
Coisa quê, mal, mal, começamos a cuidar, nós, habitantes estrangeiros das terras d'além-mar...
Por exemplo:
_Porquê, raios!... tem a Suécia que usar Coroa, ao invés de Euro?
_Porquê tenho eu que raciocinar em Euros divididos pelas Liras Italianas de finada lembrança?!
Então, completando eu o "reaciocínio" (isso mesmo, reacionário e raciocínio!), referendo eu,
em reaciocínio, quê:
"_Crianças! Não verão nenhum país como esse!"
Olavo Bilac. Ou Gonçalves Dias, Pelé, Lulas, Joãos Pedros e eticéteras e tais...
E quero ver se me renovam o visto...
Se eu quiser renová-lo...
Vejamos a que "liberdade" dizem defender...
Um comentário:
Olhe só que foi!
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