quarta-feira, novembro 05, 2003

Cheirando mal...

"Que cheiro � esse?" (as pessoas ao meu redor, m�scas-mortas?)

Penso, eu j� contei isso?
Enq�anto andava pela Andradas, estava pensando num projeto que t� andando, que eu estou doando para a cidade, marco de minha exist�ncia no tempo de Belo Horizonte.
Dizem que a maior necessidade humana, ap�s conquistar comida, moradia e lazer, � a inser��o social. Teoria da pir�mide, de Maslow.
Mas pensei (j� h� algum tempo, penso...) um projeto para utilizar melhor nossa cidade e seus equipamentos urbanos:

1 - Metr� : - desapropriar em nome do interesse da cidade, e conceder a explora��o a um cons�rcio popular, capital aberto.
Uma empresa que tenha que dar lucro e investir para se modernizar.

2 - Criar o cons�rcio popular para instalar, pr�ximo �s esta��es de Metr�, "planos inclinados", a funcionarem como funciona o elevador Lacerda em Salvador, unindo o morro � cidade. Cada linha de plano inclinado, al�m das paradas nas favelas, que valorizar-se-iam (olha a verdadeira inser��o social ai, gente!), terminar� no alto das serras, colinas e montanhas, num mirante imenso, com bares, lojas, souvenirs, artes�os populares, feiras de flores, antiguidades, porcelanas, cole��es, exposi��es art�sticas populares, fot�grafos lambe-lambe, realejos, uma arena para pequenos espet�culos (nunca pagos, sempre exibi��es gratuitas, ou festivais internacionais, teatro, circo, m�sica estudantil, espa�o livre do povo. Feito pelo povo, em nome do povo, e para o povo. Populus consortium.

3 - Negociar com as curadorias e respectivas dire��es dos hospitais Militar, Arapiara, M�rio Pena, Santa Casa, que se transformem em "hot�is" baratos. Di�ria de 30 reais no m�ximo.
Os bares e todo o com�rcio da cidade, comprariam direto da prefeitura cart�es de hospedagem, como cart�o de telefone celular, que vc raspa e tem o c�digo. Ai a pessoa liga para um toll free, um 0800 que receba at� liga��es internacionais, e marca sua reserva no hotel ou pousada (casas de fam�lia, antigas e bem conservadas, que serviriam de hospedarias, tamb�m limitadas a 30 reais a di�ria, com caf� da manh� inclu�do) que quisesse. Bastaria dizer em que regi�o queria ficar e um sistema de controle das reservas de turistas de Belo Horizonte se encarrega de registrar a reserva e avisar ao hotel - hospedaria, abrigo, pousada, etc (e aqui tenho que fazer nova interrup��o para dizer que os pr�dios invadidos da Andradas seriam esvaziados e transformados em hot�is, por concess�o da PBH, para qualquer grupo hoteleiro em concorr�ncia mundial, bem como valorizaria sobremaneira esses bairros simp�ticos que s�o Santa Tereza, Floresta, Santa Efig�nia, com suas constru��es neo-cl�ssicas, art-dec�, que deveriam todas serem tombadas antes que tombem... Imaginem o turista vindo para conhecer o maior centro urbano com constru��es desse tipo no mundo!! A cidade Art Dec�, a cidade monumento arquitet�nico e hist�rico da humanidade! Tudo ao longo da linha atual do metr�, e outras linhas que uniriam norte ao sul. E os �nibus fumacentos e insolentes grandes, seriam substitu�dos por linhas em concess�o da BHTRANS para pessoas f�sicas (distribuindo a renda que hoje deve ser de umas 10 ou 12 empresas de coletivos... apenas 12 pessoas, enq�anto os pequenos �nibus seriam propriedade de uns 5000 cidad�os...!) num modelo padr�o, com elevador de cadeira de rodas e 2 lugares em todos �nibus para deficientes, mandado desenhar pela PBH, que seriam a cara de Belo Horizonte. Trafegariam apenas no entorno das esta��es de metr�, cobrindo toda a extens�o territorial da cidade com transporte p�blico! E reativar o bonde na Afonso Pena subindo em cremalheira e descendo at� Nova Lima pela mata do Jambeiro e pelas cloacas das minera��es, mostrando o corpo ferido de nossa terra-m�e, Minas Gerais, e o bonde entre a Pra�a da Esta��o - ao lado do qual estariam as ruas 24 horas: a Guicurus toda tombada, com seus hot�is baratos, que continuariam hot�is baratos em concess�o da PBH, a rua da escola de engenharia da UFMG - que seria a maior biblioteca p�blica do mundo e �nica 24 horas, toda de livros doados pelos cidad�os de qualquer parte do mundo (que seriam avisados sobre uma cidade no Brasil que est� se reconstruindo toda para os tempos modernos, a primeira cidade verdadeiramente cosmopolita, planejada entre a Contorno e rebelde fora dela, mas no mesmo estilo agrad�vel, simp�tica, com uma culin�ria admir�vel, bares, restaurantes e caf�s tantos!, girando uma fortuna em servi�os e impostos! Uma verdadeira "Metr�polis"), livros em todas as l�nguas, a Babel moderna, a Santos Dumont com duas linhas de bonde: um que passa pela antiga rodovi�ria e sobe Afonso Pena at� Nova Lima e outro que sai pela Lagoinha (Itapecerica, com parada para a linha que vai para o Cemit�rio, outro monumento de obras de arte maravilhosas, a cidade com a hist�ria contada pelas l�pides dos italianos, espanh�is, portugueses e nativos e ouro-pretanos - e diga-se que Ouro Preto na sua �poca foi a maior cidade das Am�ricas em popula��o!- que vieram fazer arte aqui nessas plagas) e sobe a Pedro Lessa, onde voltaria a existir o antigo abrigo dos bondes, ao lado da Pedreira Prado Lopes, que pertencia � PBH para a retirada de pedras para o cal�amento e constru��es na cidade jardim, que seria desocupada, e teria um outro espa�o central para megas-eventos num futuro breve, saindo direto da esta��o ferrovi�ria, onde os passageiros baldeariam para o bonde, que passaria perto da antiga rodovi�ria, agora de novo como era antes, a Feira de Amostras, art dec�, e transformado no mais moderno centro de eventos do Brasil, onde toda grande empresa gostaria de apresentar seus produtos, e onde se realizariam os festivais culturais promovidos pelo departamento de eventos da PBH, que seria gerido por estudantes das faculdades de turismo e hotelaria, em conv�nios PBH-Escola, sem �nus de pessoal para a PBH) em quest�o, se tiver vaga. Uma campanha promocional (por isso o com�rcio compraria esses "vale motel") sortearia, diariamente, uma di�ria com direito a acompanhante e caf� da manh� (como cada di�ria n�o poderia custar mais de 30 reais, digamos que a de casal, que deveria ser 60 reais, seja 50 reais) entre os concorrentes (qualquer pessoa). A campanha teria um mote simp�tico, tipo "Belo Horizonte lhe recebe com boa cama e carinho" ou "Durma em paz em BH" ou "Nossa casa � sua casa".
Ah, e n�o esquecer que teria de volta tamb�m o bonde entre Pra�a da Esta��o e zona sul, Savassi, Carmo, Sion, Santo Ant�nio... Ah, muito importante: tirar o Imaco do Parque Municipal e reconstruir a concha ac�stica, pra termos shows gratuitos de artistas mineiros nos fins de semana.

Ser�amos uma cidade tur�stica, com um aeroporto da Pampulha novo e um aeroporto de Confins cheio de v�os, de toda parte do mundo, para a cidade tur�stica mais charmosa do Brasil. Culta, alegre, divertida, cheia de op��es de lazer.

Uma cidade onde se dispensa o carro, voc� se locomove totalmente em transporte coletivo.

4 - Transformar a rodovi�ria em centro de eventos, derrubando aquela constru��o horr�vel e reconstruindo, maior e mais grandiosa, a Feira de Amostras. Instalar um bra�o de passarela rolante do metr� para l�, direto. Em cima do rio Arrudas, erguida sobre arcos vazados que estar�o acima do leito nu do rio, edif�cios garagem. Tanto servindo aos eventos que se realizarem � noite, ou como estacionamento para se deixar o carro e pegar o metr�. Esses estacionamentos seriam gratuitos, durante todo o dia, desde que se comprasse o passe do metr� para 30 dias. Cada passe de 30 dias d� direito a uma vaga durante um m�s, em qualquer estacionamento do metr�. Nos eventos, se pagaria 1 real para custear a seguran�a, que seria feita pela pr�pria PM e Civil, que controlariam a a receita a ser dividida entre a pol�cia e a Funda��o Cidade de Belo Horizonte, que geriria, por curadoria, os recursos advindos dos eventos promovidos em seus espa�os, concedidos pela PBH.
Empresas de seguran�a seriam contratadas apenas quando houvesse necessidade, pelo tipo de evento, de se precaver contra certos tipos de incidentes e acidentes que podem ocorrem, por exemplo, em shows de heavy metal, anarquistas, etc. N�o que quem goste de heavy metal seja anarquista, mas apenas como exemplos de situa��es onde � necess�rio mais que o policiamento habitual.
5 - E o mais belo, um monumento � Terra: uma rosa dos ventos ("e das Rosas, o Vento..!"), magneticamente orientada para o norte, que ser� vista do c�u, alto, at� de sat�lites.
Uma estrela com 8 pontas, sendo que a cada 45 graus h� um espa�o para 2500 pessoas, com palco, arquibancadas (por onde debaixo, escavado na terra, haveriam bares e banheiros) e uma frente onde as pessoas podem ficar em p� e dan�ar, se for o caso, ou ser montadas barracas para feiras e congressos. Se se quiser fazer um grande evento, para 10 mil pessoas, as paredes isolantes dos quadrantes da rosa dos ventos se abririam, abrindo um espa�o que, em 180 graus, caberiam 10 mil pessoas. Poderiam at� ocorrer dois eventos de 10 mil pessoas, totalizando 20 mil pessoas.
Esses eventos, quando culturais, n�o poderiam custar mais que 10 reais. Artista ou banda nenhuma merece mais que uns 50 mil reais, no m�ximo, por um show de 2 horas... Se custar mais, que banquem os patrocinadores, n�o o povo.
E se o artista quiser, pode fazer o show de gra�a, desde que a comunidade para a qual ele estiver fazendo (ou comunidades) arranje toda a estrutura de seguran�a policial, alternativa, se necess�ria, controle das pessoas, etc.
E poderia explorar os bares, ou cobrar (a(s) comunidade(s)) pela concess�o do espa�o-bar e demais pontos de venda dentro do local, que teria, al�m da rosa dos ventos, um espa�o externo, um p�tio, todo feito com placas no ch�o, "doadas" pelos cidad�os e empresas de qualquer lugar do mundo. Montar-se-ia, para essa empreitada, uma empresa de dura��o limitada, que se encarregaria de fazer as placas (empregando todos os moradores de rua de BH, provis�riamente, e aprendendo suas habilidades e capacidades para encaminh�-los a empregos que teriam direito a morar num abrigo p�blico, sustentado pela Funda��o Cidade de Belo Horizonte), todas com o mesmo material e gravadas em baixo relevo, a laser, o nome do doador(es). Cada placa de 40x40 cm (tipo piso porcelanato, mas fosco, ou granito �spero, para n�o escorregar se molhado) custaria, pagos somente uma vez, R$1.000, ou uma loca��o mensal de 100 reais, numa �rea bem vis�vel, para ser locada por tempo limitado.
Isso daria uma arrecada��o de mais de 100 milh�es de reais, num espa�o de 20 mil metros quadrados, capaz de comportar, se todo cheio estivesse, 100 mil pessoas, mas nunca utilizado nessa capacidade, pelos motivos de seguran�a, capacidade de atendimento de emerg�ncia, etc.
6 - Pegar o Cardiominas e d�-lo aos hospitais antigos e doentes (desapropria-se a Santa Casa, e cria uma nova curadoria para ela no pr�dio novo, um novo centro de refer�ncia m�dica no pa�s, etc) que se transformariam em hospedarias. Os novos curadores seriam gerentes de cooperativas de m�dicos que se instalariam nesse(s) novo(s) hospitais, num conv�nio novo ou j� existente, e inclusive SUS, mas com um novo pre�o e condi��o de pagamento e repasse de verba. Novos tempos, novos modelos de administra��o.

Tudo isso feito ao longo do rio Arrudas, que seria tratado e se tornaria de novo num rio caudaloso e pisc�vel, em Belo Horizonte e depois em toda sua caminhada at� o Rio das Velhas. O rio limpo de uma cidade limpa e bonita, de um povo limpo e bonito.

Me diga que sou um sonhador barato e vagabundo!

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