Navego insone minha nave interpessoal pelo universo etéreo, buscando o pouso interpessoal em planetas nos qüais me sinta confortável.
Aderno em direção a um blogue, mais um, na minha busca do blogue mãe.
Rio-me da comparação de minha loja de fazer nada, em plena Praça 7, ao ler sobre o desejo de alguém publicar na Veja, semana após semana, durante um mês, uma foto na contra-capa, fazendo "jóia" (expressão mano-polegar indicadora de que está tudo bem...), sem nenhuma palavra.
Compraz-me pensar em tão criativa forma de alcançar as pessoas, embora eu mesmo talvez nem visse a revista em questão. Mas saberia da foto, ou a veria, escarniçada, amarrotada, dobrada, ou rasgada, numa revista de consultório. A mesma revista, mas ai relegada a sua função de deixar acessível o lixo entretenedor de ante-salas cujas opções são fotos dos ricos e bem sucedidos ou matérias vencidas.
Mas voltemos ao motivo de tudo: a idéia da foto na revista, é de um blogue que diz o que se faria se tivesse um bilhão de dólares. E remete-me ao confessado desejo, mais modesto (quem não gosta de se mostrar menos exigente nas benesses que talvez, por certo, jamais teremos...?) de, se ganhasse na mega-sena, abrir uma loja, em plena Praça 7, centro de Belo Horizonte, e, se perguntado, informar, a todos, que ali nada se venderia, nada se faria... Usaria essa loja, toda envidraçada, com ar-condicionado e libidinosas (ou libidináveis) secretárias, apenas para ler jornais... ou, mais modernamente, acessar a internet.
Então, nesse blogue, descubro que em Londrina, no Paraná, já choveu dinheiro. De um falsário, que em desespero diante da batida policial, jogou pela janela sua obra gráfica. Repetições do original da Casa da Moeda, para a nota de 50 reais.
Enfim, me pergunto: para quê o dinheiro, se alguém que sabe fazê-lo tem que jogá-lo pela janela se vem a polícia? Para quê o dinheiro, se numa loja envidraçada alguém tem que se sentar para ler para que haja um sentido na loja existir? Para quê o dinheiro, se teremos que fazer jóia, ou tinindo, numa foto que nos fará tão iguais aos políticos que querem mostrar mais a cara que as ações?
Ora, para quê o dinheiro, não sei, já que não posso esbanjá-lo.
Para quê escrever isso, idem...
Mas já que cheguei aos políticos, aproveito para chutar cachorros mortos.
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