quarta-feira, novembro 12, 2003

Gerald Thomas e meus pensamentos...

"(.)" (geraldo tom�s)

Leio (confesso, sem isen��o...!) a defesa de Grerald Thomas � sua atitude de mostrar a bunda � plat�ia do Municipal.
Eu fazia "bund�o" na minha adolesc�ncia de 30 anos atr�s.
N�o preciso de Gerald Thomas para me ensinar a mostrar a bunda em minha rebeldia sem causa.
N�o sou assim um aficcionado do teatro a ponto de me preocupar com Gerald Thomas.
Mas j� vi, no palco, maneiras muito mais eficazes de fazer protesto, sem precisar ser o rei nu da estorinha. Nem um louco sonho transformando as pessoas em baratas e sentindo a persegui��o � exist�ncia.
Gerald Thomas � inteligente o suficiente para ser mais criativo.
Para n�o precisar de Franz Kafka nem repetir coisas que fazem adolescentes.
Acompanhei, recentemente, um festival de teatro de uma rede de ensino,
cuja final se dar� em Belo Horizonte, dias 21 e 22 pr�ximos,
cujo mote era uma releitura das estorinhas, contos de fada.
Curiosamente, a pe�a que fazia a releitura d"o Rei est� nu!",
era a menos exemplificadora da arte c�nica atual (e nem passou da fase eliminat�ria!...).
Presenciei a cria��o an�rquica,
a cria��o incomodativa,
a cria��o contemplativa das mazelas humanas.
Textos e situa��es modernas
para explicar nossos velhos conceitos,
inclusive de que a rebeldia pode justificar qualquer coisa.
Ser rebelde � um pouco mais que mostrar a bunda.
Ali�s, a gente mostra a bunda q�ando perdeu todo o argumento
e quer dizer que n�o se importa em perder a causa
mas ainda assim mostrar o trof�u de nossa pouca import�ncia aos valores de todas as pessoas.
Mas quem vai ao teatro,
ainda que o teatro tenha a cobertura dos outros meios de comunica��o
(o teatro n�o � mais que um meio de comunica��o...),
n�o quer misturar o efeito e a profundidade
de cada meio de comunica��o em si.
A bunda de Gerald Thomas (que n�o vi nem quero ver!),
n�o me acrescenta nada ao conceito que deveria ter dele.
Afinal, algu�m que vive do teatro,
deve saber que mesmo a nudez tem que encerrar a naturalidade,
n�o a agressividade de j� ter mostrado o pinto antes da bunda,
para algu�m que tem a sexualidade como algo indefinido.
Num texto teatral,
a agress�o que a nudez pode causar
tem um efeito muito mais eficiente que fora do texto:
agradecer mostrando a bunda � inconformidade do p�blico diante do anti-teatro????...
Heteros, homos
(ou n�o se trataria de sexualidade, mas de impaci�ncia contra nossa suposta "genialidade"?!),
a gente n�o precisa de teatro barato para justificar a sexualidade,
que tem muito mais modos sutis de se apresentar � nossa vida e aos nossos "medos",
bem mais que sermos testemunhas da loucura do ser que � Gerald Thomas.
Ele, com suas d�vidas e agressividade barata,
que se vire com seus bot�es para apresentar
algo mais que uma desbundada bunda branca!

Meta o pau na bunda do geraldo tom�s! (na minha n�o, que mesmo que a mostre, � pela arte!)

Nenhum comentário: